terça-feira, 31 de agosto de 2010

Bósforo e Spice Market

O passeio foi muito bacana, mas sem a presença dos jornalistas brasileiros.
De brasileiros somente o Dante e eu, o restante americanos, russo,espanhol e um grupo de uns oito portugueses.

Saímos de ônibus e a primeira parada foi no Spice Market onde é possível encontrar os tradicionais doces turcos, os quais ainda não experimentei, e muitas bancas de temperos. Bastante interessante e com um cheiro peculiar em função das misturas dos temperos.
DOCES


TEMPEROS

Saindo de lá fomos fazer o passeio de barco pelo Estreito de Bósforo.
Ele sai do Mar de Mármara e vai até o Mar Negro.
As balsas saem do Golden Horn (que parece um rio, mas é um braço do Estreito de Bósforo) e sobem o estreito em direção ao Mar Negro na parte da manhã, horário que o trânsito das embarcações fica para esse sentido. Na parte da tarde o trânsito inverte e só é permitido transitar em direção ao Mármara.


ISTAMBUL - EUROPA/ÁSIA
BÓSFORO / MÁRMARA / GOLDEN HORN 

Istambul é a única cidade do mundo que tem parte de suas terras em dois continentes diferentes, o europeu e o asiático.
Ligando os dois lados temos as balsas, os ferry boats e duas pontes,  a Bosphorus Bridge e Fatih Bridge. Essas pontes permitiam o trânsito de pedestre, porém em função do grande número de suicídios, hoje atravessá-las a pé é proibido.
Com 15 milhões de habitantes, Istambul tem o trânsito como um grande problema, logo, as pontes tem trafego intenso ou congestionamento o tempo todo.


BOSPHORUS BRIDGE
BOSPHORUS BRIDGE
FATIH BRIDGE

No trajeto passamos por de iates milionários e grandes cargueiros, mas mesmo assim ainda é possível encontrar pequenos pescadores em seus minúsculos barquinhos.



Em suas margens casas lindíssimas, bares, restaurantes, palácios, escolas, danceterias...
No lado europeu, uma avenida percorre a margem por um longo trajeto, as vezes a "beira mar" ou se preferir a "beira estreito", as vezes passando por trás das construções.


ESTREITO DE BÓSFORO
Almoçamos um peixinho logo que descemos do barco; almoço meia boca, mas pelo menos foi de graça!

Dia de folga

Hoje o dia é de folga.
No grupo do Brasil não tem jogo hoje.
Então é dia para passear e descansar!!!

Hoje tem um day tour programado para o pessoal da imprensa. O principal parte será a subida de parte do Estreito de Bósforo, que separa a parte européia da parte asiática de Istambul.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Que surpresa!!!

Fui verdadeiramente surpreendido com a atuação do Brasil no jogo de hoje contra os EUA.
Eu não esperava uma atuação tão boa, com uma mudança de postura tão grande.
Vi uma equipe vibrante e aplicada, que fez com que os americanos saíssem de sua zona de conforto.
Eu contava com um jogo enrolado, individualista e com uma defesa cheia de falhas; queimei a língua.
Queimei a língua também com relação ao Marquinhos. Seu basquete nunca me convenceu de verdade.
Acho ele um bom jogador, mas nada além disso. Brinquei algumas vezes antes do jogo de hoje, de como Nezinho e Marquinhos iriam se comportar diante dos americanos. O que eles iriam fazer com Billups e Durant marcando cada um deles.
Marquinhos entrou como titular e deu conta do recado. Não se intimidou e foi o cestinha do jogo com 16 pontos. Nezinho não entrou, mesmo quando Huertas fez sua quarta falta ainda faltando 4:16 para acabar o terceiro quarto. Improvisamos com Leandrinho e Alex fazendo a função de armador.

Na entrevista coletiva, o simpaticíssimo e muito educado Mike Krzyzewski elogiou demais a atuação do Brasil. Se disse encantado com a atuação de Huertas e Splitter. Afirmou também que se Huertas não tivesse tido problemas com faltas e desfalcado o Brasil no fim do terceiro período e início do quarto talvez o resultado não tivesse sido positivo para a seleção norte-americana.

 Magnano parabenizou os jogadores pela postura do time e seu comprometimento.
Ao ser perguntado se o Brasil tinha jogado um jogo mais cerebral e menos de correria, disse de forma bem objetiva, quase sem paciência, que o basquete é um jogo cerebral e sem pensar não tem como jogar; e que eles estão trabalhando fortemente para buscar a identidade para o Brasil (acho que completa um pouco o que escrevi ontem).

Dois jogadores ficaram devendo bastante hoje; JP e Marcelo Machado.
JP não chegou a comprometer, mas fez com que Splitter tivesse um descanso menor do que deveria.
Marcelo Machado por sua vez errou muito. Em 13 minutos em quadra Marcelo os 3 arremessos de quadra que tentou, no entanto perdeu 5 bolas dando 4 contra-ataques para os americanos.


Achei que o Leandrinho poderia ter chamado mais o jogo para ele no último quarto. Ficou um pouco apagado e isso não deve acontecer.

No último período tivemos duas lacunas muito grande de tempo sem pontuar. A primeira dos 8:11 aos 4:58 (3'13"), fizemos dois pontos e ficamos dos 4:58 aos 1:04  (3'54") sem pontuar novamente; curiosamente os EUA vieram em uma balada parecida e isso manteve o equilíbrio do jogo.

Brasil x EUA

Tradicionalmente o Brasil faz bons jogos com os EUA. Vamos ver como será hoje.

Para esse jogo vou postar com o jogo em andamento:

Temos no ginásio a presença do Alex jogador de futebol, ex-jogador da seleção e do Palmeiras, hoje jogando no Fernebahce
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Primeiro quarto...
Quinteto inicial: Huertas, Leandrinho, Alex, Marquinhos e Splitter. A novidade foi o Marquinhos no lugar do Guilherme.

Começamos muito bem, agredindo bastante na defesa e abusando dos contra-ataques. As bolas de 3 até agora estão caindo e estamos conseguindo roubar algumas bolas na defesa o que está facilitando o já mensionado contra-ataque.
A bola finalmente está rodando rápido e sobrou bons cortes pro garrafão.

Fim do primeiro quarto....Brasil 28 x 22 EUA.
Arremessos de 3   BRA 4/5 80%, EUA 4/5 80%

Assist.  BRA 8, EUA 3

Cestinhas BRA  Leandrinho 8 pts, EUA  Durant 9 pts
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Segundo quarto...

Usamos uma formação que eu acredito que ainda não tinha sido usada, com o Guilhereme jogando na posição 4 e o Marquinhos de 3.

Já temos o dobro de faltas deles e esse é um problema todas as equipes enfretam contra os EUA.

As bolas de 3 precisam continuar caindo ou vai dar a eles o contra-ataque que é complicadíssimo de parar.

Faltando 3:00.... ainda mantendo a liderança no placar, porém demos a bola na mão deles quando deixamos de trocar passes e optamos pelo corte individual. Mesmo assim, hoje está dando gosto de ver a equipe jogar.

É a melhor partida do Marquinhos até aqui.

Fim do segundo quarto BRA 46 x 43 EUA
Continuamos com ótimo aproveitamento nas bolas de 3 pontos 7/11(64%). Já os EUA tiveram uma queda 5/11(45%)

Também estamos com melhor aproveitamento nas bolas de 2
BRA 11/20 (55%), EUA 9/19 (47%)

Cestinhas BRA Marquinhos 11 pts, EUA Durant 19 pts

Adoraria ver o Brasil fazer com os EUA o que Espanha, Iugoslávia, Rússia, Argentina e Grécia fizeram em outras ocasiões. Surpreender o favorito, passar por cima da arrogância deles e levar a vitória pro hotel.

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Terceiro quarto....
Não temos ninguém com problemas de faltas, mas temos que nos manter assim.
Hoje o Huertas terá que jogar os 40 min. e o Splitter terá que estar em quadra nos minuots finais.

Faltando 7:38 Splitter faz sua terceira falta
Faltando 6:58 Lamar Odom também faz sua terceira
Huertas também com 3
Faltando 4:16 Huertas faz a 4.
Como todos sabem não temos armador substituto de confiança e o técnico Magnano parece saber disso... estamos improvisando com Leandrinho jogando na posição 1. Cruzem os dedos!!!

Faltando 1:07 Splitter também faz sua quarta falta.

Fim do terceiro quarto....
BRA 59 x 61 EUA
Ainda estamos no jogo, mas com Huertas e Splitter pendurados....

Cestinhas BRA Marquinhos 13 pts, EUA Durant 26 pts
Volume de jogo parecido, com grande diferença somente nos lances-livres BRA 4/6(67%), EUA 15/18(83%)
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Pepino no placar... apagou tudo.

Atraso de quase 10 min.

Com o ginásio cheio a torcida tomou gosto pela equipe do Brasil e está nos acompanhado gritando a cada bola!

Marquinhos continua muito bem, já tem 16 pontos.

Com 5:07 para o fim estamos 4 atrás. Perdemos algumas bolas no passe e isso não pode acontecer. Por sorte e competência da nossa defesa eles aproveitaram poucas dessas bolas que demos a eles.

3:54 pro fim Leandrinho faz sua quarta falta. Do lado deles somente o Odom continua com 3.

1:40 continua 4 pontos e nossa bola de 3 não cai a muuito tempo.

1:04 Coach K pede tempo. Está 2 pontos para os EUA.

Não sei qual foi a última vez que fiquei tão nervoso com um jogo. Do meu lado o Dante está arrancando os cabelos que ele não tem a muito tempo!!!!!

00:03 Dois pontos para os EUA. Falta em cima do Huertas... bola chora e não cai.
Dois lances-livres...
Huertas erra o primeiro.....
Erra o segundo propositadamente, tentando uma jogada que eu já o vi fazer quando ainda jogava no Club Athetico Paulistano em São Paulo. Ele joga na lateral do aro para a bola espirrar para a zona morta e de lá ele tenta o chute.
Ele conseguiu o rebote, passou para o Leandrinho que chuta pressionado em baixo do aro e erra.

QUAAAAAAASE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Hoje vi um time aguerrido e que fez muito do que precisa ser feito sempre.
Mas não podemos nos dar ao luxo de errar tantos arremessos no fim como hoje.

Vamos lá....
Amanhã é folga e depois que venham Eslovênia e Croácia.

Melhor jogo até o momento

Foi sensacional!
A Eslovenia bateu a Croácia por 91 x 84.
No jogo mais equilibrado do grupo até agora, ambas as equipes demonstraram o quão forte pode-se jogar uma partida de basquete. Defesas fortíssimas com muita vontade e bom posicionamento, sendo por zona ou individual.
As equipes trocam muitos passes no ataque; passes fortes e objetivos. Todo jogador que recebe a bola olha pra cesta em busca de um bom arremesso e nunca hesitam em dar um passe a mais caso seu companheiro esteja melhor posicionado.
Há muito corte pra dentro do garrafão no intuito de desequilibrar a defesa e buscar o arremesso de fora. Bem posicionados e com passe na mão, o arremesso de 3 é arma muito poderosa. Cada equipe converteu 11 bolas de 3 cada uma. ESL 11/22, CRO 11/20.
Eles são super agressivos no rebote e muito fortes. A Eslovênia inicia o jogo com 3 jogadores com pelo menos 2,05 de altura. A Croácia começa com um de 2,01 e os outros dois acima de 2,10.

Sem dúvida o melhor jogo que assistimos até agora.
A comissão técnica do Brasil estava no ginásio acompanhado o jogo e viram a pedreira que temos pela frente.

Fora da quadra a torcida eslovena mais uma vez deu um show!





Conhecemos alguns deles num restaurante dias atrás. Os reecontramos ontem e hoje, com direito a troca de camisas!




Teho certeza que ainda falaremos muito dessa torcida. E ficará ainda melhor quando vierem para Istambul a torcida da Lituânia e a torcida da casa, Turquia.

Eslovênia x Croácia

Eslovênia
Croácia
                                   
   

Hoje teremos o jogo mais interessante do grupo, Eslovênia x Croácia.
São duas equipes muito fortes, com estilos de jogo muito parecidos e que disputam juntamente com o Brasil a ordem de classificação para a segunda fase da competição.
Hoje, se eu tivesse que apostar, apostaria:
1 EUA
2 Eslovênia
3 Croácia
4 Brasil

Mas a disputa vai muito além das linhas da quadra.
Compartilhando uma fronteira de 670 quilômetros, esses vizinhos traçam juntos uma hitória longa, confusa e cheia de conflitos.
Na história mais recente, Eslovênia e Croácia fizeram parte do Império Austro-Húngaro de 1867 a 1918.

Entre 1912 e 1913 com diversos conflitos nacionalistas, estouraram as Guerras Balcânicas. Em 1914 um atentado matou Francisco Ferdinando, o sucessor do trono do Império autro-húngaro e essa foi a gota d'água para o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Com o fim da Primeira Guerra Mundial o império foi dissolvido e foi criado o Reino da Sérvia, Croácia e Eslovênia com capital em Belgrado na Sérvia, e tendo como governante o então rei da Sérvia Alexandre 1º.
O novo Estado englobava Sérvia, Eslovênia, Croácia, Montenegro, Kosovo, Macedônia,Voivodina e Bósnia-Herzegovia.
Porém esse novo estado resultou no domínio dos sérvios sobre a região, o que era exatamente o inverso do que os croatas e eslovenos haviam proposto.

Novos conflitos se iniciaram.

Aproveitando a situação, Alexandre 1º instituiu em 1929 uma ditadura onde o reino passou a se chamar Iugoslávia e a nacionalidade iugoslava era a única reconhecida.

Em 1991 a Eslovênia conseguiu sua independência, seguida pela Croácia. A Sérvia não aceitando tal posição, invadiu seus territórios dando início a mais conflitos.

Hoje a situação na Eslovênia e na Croácia é estável, mas há brigas comerciais entre os vizinhos. Uma delas brigas é pelo o acesso da Eslovênia ao Mar Adriático. Os eslovenos reivindicam dos croatas uma facilitação ao acesso ao mar, uma vez que eles tem somente 47km de costa.

Dentro deste contexto essas duas torcidas nacionalistas se enfrentaram hoje.

Na arquibancada está garantida a vitórias dos eslovenos.de nacionalismo e patriotismo acompanharemos o jogo de jogo.

Nas arquibancadas a vitória eslovena está garantida. Quando o time entra em quadra as arquibancadas ficam verdes (cor usada pela equipe e torcida eslovena). No jogo de ontem aproximadamente 6000 eslovenos tomaram conta dos 11000 lugares disponíveis no ginásio.
A torcida croata é muito menor, não terá a menor chance.

domingo, 29 de agosto de 2010

Seleção e a busca pelo estilo perdido

Quando o assunto é seleção brasileira, fala-se muito do seu padrão ou da ausência de padrão de jogo.
Alguns chamam de estilo de jogo ao invés de padrão.
Eu não sei ao certo como chamar ou se há uma maneira correta para nomear essa característica coletiva de uma equipe. O que eu sei é que quando a seleção entra em quadra, eu não sinto confiança no seu jogo.

Tenho 32 anos de idade e a primeira geração que vi jogar foi a do Oscar. Lembro-me de ficar bravo com a quantidade de arremessos que ele, Marcel, Paulinho Villas Boas, LuisFelipe faziam nos jogos, assim como com os surpreendentes arremessos de 3 na chegada dos contra-ataques; eu falava comigo "Por quê ele não fez bandeja???" Eu ficava revoltado, achava que não podia ser daquele jeito.

Com o passar do tempo, entendi que aquela forma de jogar era uma estratégia pré-definida. Um tanto quanto kamicaze, mas que os jogadores gostavam, se adaptaram muito bem e que dava certo.
Pegando os resultados de mundiais e olimpíadas de 1986 a 1996 (explicarei depois o porquê dessas datas), o Brasil conseguiu:
1986 Mundial Espanha - técnico Ary Vidal - 4 lugar
1988 Olimpíada Seul - - técnico Ary Vidal - 5 lugar
1990 Mundial Argentina - técnico Hélio Rúbens - 5 lugar
1992 Olimpíada Barcelona - técnico José Medalha - 5 lugar
1994 Mundial Canadá - técnico Ênio Vecchi - 11 lugar
1996 Olimpíada Atlanta - - técnico Ary Vidal - 6 lugar

Peguei 1986 como o início,  pois foi nessa época que assisti a seleção brasileira pela primeira vez. E fechei com 1996 porque foi o último ano do Oscar na seleção e foi a última grande competição antes da entrada do técnico Hélio Rúbens.

Com exceção de 94, com o técnico Ênio Vecchi, todos foram resultados satisfatórios.

Em 1998 o técnico Hélio Rúbens voltou à seleção, mas com a proposta de renovação e de colocar na seleção um estilo de jogo, já tentado pelo Ênio em 94 e repetido pelo Lula em 2006, mais cadenciado, mais controlado, mais responsável e com uma defesa mais forte. De lá pra cá tivemos os seguintes resultados:

1998 Mundial Atenas (técnico Hélio Rúbens) - 11 lugar
2000 Olimpíada de Sidney - assistimos pela TV
2002 Mundial Indianápolis (técnico Hélio Rúbens) - 8 lugar
2004 Olimpíada de Atenas - assistimos pela TV novamente
2006 Mundial do Japão (técnico Lula) - 17 lugar
2008 Olimpíada de Pequim - quem não desistiu assistiu pela TV de novo

Resultados bem piores do que os citados anteriormente.

Dito isso vem a pergunta: Mas por quê dessa queda???
Algumas coisas me vem à cabeça para buscar a resposta; gostaria que vocês pensassem comigo.

A culpa foi dos técnicos?
Eles erraram ao tentar implantar um estilo de jogo europeu/argentino o qual nossos jogadores não sabem jogar?
Eles erraram nas convocações?
Mas esses técnicos não eram técnicos campeões e reconhecidos como bons técnicos? Esses mesmos técnicos não continuam ganhando títulos em nossos campeonatos regionais/nacionais?
Estamos em 2010 com o campeão olímpico e vice-campeão mundial Ruben Magnano no comando. A proposta é a mesma. Se a seleção fracassar a culpa será dele também?

A culpa é dos jogadores, pois não foram capazes de se adaptar a um estilo novo de jogo?
Por não exigir que se jogasse como jogava antes?
Por não atender às convocações?
Por sair em baladas durante as competições?

A culpa é da CBB por não dar estrutura para os jogadores e técnicos?
Por não estruturar as nossas seleções de base?

A culpa é do ex-presidente Gerazime Bozikis - Grego? Afinal de contas, por coincidência ou não ele assumiu a CBB em 1997  e saiu em 2009.

A culpa é dos presidentes de federações? Por não fomentar de maneira adequada as nossas categorias de base.

A culpa é dos técnicos de categorias de base? Que não ensinam o jogador os fundamentos do basquete, assim como as questões de responsabilidade e postura profissional.

A culpa é da mídia?
A culpa é de ninguém? Somos simplesmente azarados por a bola nunca cair nos momentos decisivos? Azarados por um ter um conjunto de jogadores de sucesso internacional, mas que não conseguiram formar até agora uma equipe vencedora?

Acredito que seja a somatória de tudo isso e de tantos outros pontos não citados.

Voltando ao início do texto, eu vejo a seleção em uma sinuca de bico.
Nossos jogadores não conseguem e não gostam de jogar esse estilo de jogo mais regrado. Jogam de forma travada, como que lutando contra o seu DNA. No entanto acredito não termos arremessadores bons o suficiente para voltar de forma vencedora ao estilo da geração anterior.
O que fazer? Qual a melhor solução?

Espero que a seleção me surpreenda com um ótimo resultado e queime a minha língua. Que ela já esteja achando a sua identidade e que eu esteja completamente enganado ao sentir insegurança em nosso time.
Sou antes de mais nada um torcedor e quero o sucesso da nossa seleção, até porque tenho grandes amigos dentro desse grupo.

Todos temos que assumir a devida responsabilidade para continuarmos buscando as soluções para os problemas do basquete, independentemente do resultado desse mundial.

Londres 2012 está aí!
E 2014 não tarda a chegar.

Hagia Sophia

Lembram na sexta feira quando comentei que fomos embora sem ver o Brasil treinar?
Pois bem.... logo que voltamos fomos jantar. Vejam só se com uma vista desta durante o jantar dava para ficar lamentando:

Essa é a Hagia Sophia ou Basília de Santa Sofia. Um dos cartões postais da cidade.
Por fora é linda, por dentro, acho que a palavra que mais se enquadra é imponente ou impressionante.
Infelizmente as fotos não fazem jus à sua real beleza e imponência, mas da para ter uma idéia.

Abaixo ela durante o dia e por dentro.



Indianápolis 2002

No mundial de Indianápolis em 2002 parte dos brasileiros que estavam por lá credenciados, andavam juntos. Assistíamos os jogos, saíamos para comer, passeios.... Formamos um grupo muito bacana, onde demos muita risada e discutimos bastante coisa sobre Basquete.
Oito anos depois, aqui em Istambul, boa parte do grupo estará junta novamente:
Carlos Osso
Danielle Rocha - Globo.com
Eu
Rafael Assumpção
José Medalha

Ficará faltando o Cláudio Nogueira, Guilherme Junqueira, Bugarelli, Edu Galetti e o famoso Preá.

Em contra partida completamos o nosso time com outros membros, como Dante de Rose (vivaobasquete.worpress.com), Murilo Garavello (UOL) e Fábio Aleixo (Lance).

Por falar em figuras repetidas em mundial, na equipe do Brasil Marcelo Machado, Alex, Splitter, Leandrinho, Guilherme e Varejão estavam na campanha de 2002. Da equipe de 2006 estamos repetindo 9 jogadores, Marcelo Machado, Nezinho, Murilo, Leandrinho, Marcelinho Huertas, Alex, Varejão, Guilherme e Splitter.
Com isso, temos em nossa equipe 6 jogadores com 2 campeonatos mundiais nas costas, Isso é uma bagagem muito importante, mas que precisa ser demonstrada em quadra.

sábado, 28 de agosto de 2010

Organização 2010

Ainda não consegui perceber totalmente o grau de organização desse mundial para poder comparar com os demais que estive presente, masculino em Indianápolis 2002, masculino no Japão em 2006 e o feminino em São Paulo em 2006 o qual participei da organização.
De uma maneira ou de outra, uma coisa fica muito evidente novamente; sem os voluntários o evento não anda!

Eles são parte fundamental em todas as áreas.
Eles recebem o público, enxugam a quadra, ajudam nos treinos, carregam material, distribuem estatísticas, estão sempre sorridentes....
Fica aqui a nossa homenagem e agradecimentos aos voluntários!

Primeiro dia de jogos

O primeiro jogo da rodada foi o já mencionado Tunísia x Eslovênia.
No segundo, os EUA atropelaram a Croácia 106 x 78. O volume de jogo da seleção americana é impressionante e basta um instante de distração para que o placar abra mais 10 pontos.
A partida permaneceu equilibrada até o fim do primeiro quarto com 22 x 20, mas já no segundo quarto a defesa americana apertou e os contra-ataques vieram com força total.
Chauncey Billaps, o mais velho com 33 anos, se mostrou o líder da equipe. Comanda e dita o ritmo de jogo.
O tal do Kevin Durant não é brincadeira. Ele é muito grande, ágil, braços longos, habilidoso e mete bola. Ele jogo na posição 3 tendo 2,06 de altura. Não vejo nenhum jogador brasileiro com capacidade para marcá-lo.
No time da Croácia o 11 Ante Tomic, de 23 anos e 2,17 foi uma boa surpresa. Jogador do Real Madrid mostrou atitude e foi um dos poucos que não se intimidaram diante dos americanos.
Destaques do jogo:
EUA
4 Chauncey Billaps - 12 pts, 4 assist e toda experiência em quadra
5 Kevin Durant - 14 pts, 8 rebs
12 Eric Gordon- 16 pts, 2/2 2Pt, 4/6 3Pt

Croácia
11 Ante Tomic - 12 pts, 8 rebs e toda sua iniciativa de ataque
7 Bojan Bogdanovic - 17 pts, 4 rebs, 5/8 3 Pt

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No jogo do Brasil o resultado foi o esperado, vitória brasileira sobre o Irã por 81 x 65 , porém, mesmo sem Anderson Varejão poupado por causa de uma lesão, esperávamos um pouco mais de nossa equipe.
A diferença relativamente pequena no placar não chega a me incomodar. O que me perturbou foi, no primeiro tempo, a quantidade de bolas perdidas (10), as finalizações erradas nas bolas fáceis e os rebotes de ataque dos iranianos (6). Esse "detalhes" fazem a diferença em um jogo mais equilibrado.
No segundo tempo conseguimos melhorar um pouco e perdemos somente 4 bolas, além disso o jogo fluiu mais fácil, mesmo sem fazer a diferença no placar avançar. Nos rebotes falhamos novamente e eles conseguiram mais 6 ofensivos.

Os pontos positivos foram o grande entrosamento entre Huertas e Splitter (parceiros no Caja Laboral da Espanha), os contra-ataques (foram 20 pontos mas poderiam ter sido muito mais) principalmente com Leandrinho e a estréia do armador de 18 anos Raul Togni em mundias pela seleção adulta.
Acredito que se no próximo jogo a atuação de Nezinho e Raul se repetirem, Nezinho passará a ser a última opção entre os armadores.
Nezinho entrou inseguro, jogou por 9:56, não fez o time andar, arremessou 0/2 de 3pontos, deu 1 assistência e perdeu 1 bola.
Raul mostrou tranquilidade, jogou 7:36, arremessou 2/3 de 2 pontos, 0/1 de 3pontos, 2/2 em lances-livres e perdeu 1 bola.

Do lado do Irã o gigante de 2,17 Hamed Ehadadi, jogador do Washinton Wisards da NBA deu trabalho para os nossos pivôs. Terminou o jogo com 16 pontos (14 no primeiro tempo) e 9 rebotes.

Em resumo:
Valeu a vitória, mas se queremos algo expressivo precisamos corrigir os detalhes.
Amanhã tem outra moleza pela frente, vamos ver como será.
Se o Brasil encaixar o jogo direitinho, há a possibilidade de ganharmos pelo menos da Croácia.

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Nas outras chaves 4 jogos muito interessantes:
- A inesperada derrota da Espanha diante da França. FRA 72 x 66 ESP. Será que eles vão usar a mesma estratégia do futebol? Perder o primeiro jogo para depois levar o caneco pra casa?

- O aperto da Grécia para vencer a China por 89 x 81. Uma curiosidade: nosso amigo técnico José Medalha está em Ankara com a equipe da China auxiliando informalmente o seu técnico.

- E a quase zebra no jogo Austrália x Jordania, com vitória australiana por apenas um ponto 76 x 75.

 - A vitória da Argentina em cima da Alemanha por 78 x 74

Amanhã tem mais!

Finalmente Basquete

Estamos na arena e acompanhamos o segundo tempo de Tunísia x Eslovênia.
Nenhuma surpresa, Tunísia 56 x 80 Eslovênia.
A Tunísia um time fraco e a Eslovênia aplicando o jeito europeu de jogar. Defesa forte, com muita rotação, bons arremessadores e sem pressa para atacar. O Brasil terá trabalho e precisará de muita paciência se quiser vencê-los.

Destaques do jogo:
Tunísia- sem destaques

Eslovênia - 11 Dragic 16 pts, 8 assist, 5 reb.
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Já estão em quadra no aquecimento os jogadores de EUA e Croácia. Sem dúvida esse será o jogo mais interessante do dia.
Ao entrar em quadra a equipe dos EUA continua a mostrar a sua conhecida arrogância.

Os grandes figurões da NBA não vieram, ainda assim a equipe é muito forte. Mas olhando para os jogadores, consigo reconhecer somente 3 entre os 12.
4 Chauncey Billups - Denver Nuggets
14 Lamar Odom - LA Lakers
15 Tyson Chandler - Dallas Mavericks

Nem mesmo o badaladíssimo Kevin Durant eu reconheço. Se cruzar comigo na rua, não sei quem é.

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E do Brasil, o que podemos esperar?

Culinária

Se tem uma coisa que não estamos tendo por aqui é dificuldade para comer.
Há uma quantidade enorme de restaurantes e bares, todos muito aconchegantes e convidativos.
Além do aspecto agradável dos lugares, há sempre alguém na porta que insistentemente o chama para entrar, sentar ou ao menos olhar o cardápio.
Passar sem dar atenção é quase uma ofensa... o pessoal fica bravo mesmo. Porém se você parar, vai precisar de uma certa habilidade para se desvencilhar sem ser rude.

A comida é muito boa, a começar pelo famoso kebab.
Estreiamos com um kebab vegetariano... na minha opinião uma grata surpresa; o Dante descorda.


No dia seguinte partimos para algo mais tradicional, um lamb kebab (kebab de cordeiro). A carne é assada como no churrasquinho grego. Não sei se era confiável, mas era muito bom!


A nossa maratona gastronimica continuará por muitos dias e entre as novidades já está o Sac Kavurna. Prato de carne de cordeiro com tomates, cebola, cogumelos e temperos. Vale a pena!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Blog do Dante

Para quem não percebeu, logo abaixo do título do blog, há o link para o blog do professor Dante.
Lá vocês encontraram algumas curiosidades, opiniões e números da nossa seleção. Vale a pena conferir!

Basquete? Ainda não!

Amanhã o Brasil estréia contra o Irã e hoje tinha treino das duas equipes. Achei portanto que já poderíamos ver um pouco do que enfrentaremos pela frente. Mas não foi bem assim....
O treino do Irã foi fechado à imprensa internacional. Somente jornalistas iranianos puderam assistir. Na sequência o Brasil entrou em quadra.

Como foi em toda a fase preparatória, o treino seria parcialmente aberto. Os jornalistas poderiam assistir somente os primeiros 10 minutos de treino e depois teriam que se retirar. A equipe do Brasil atrasou para chegar ao ginásio e a do Irã aproveitou esses minutinhos a mais. Com isso, a imprensa entrou no ginásio e teve tempo somente de ouvir um breve pedido de desculpas do diretor Vanderlei Mazzucchini dizendo que não teriam nem os 10 minutos. O pessoal da TV não teve tempo nem de ligar seus equipamentos.
Disseram que a havia uma possibilidade de abrir nos últimos 10 minutos de treino. Sinceramente, não esperamos para ver... preferimos andar pela noite de Istambul e escolher um lugar para o nosso jantar.
Espero que os jornalistas tenham tido acesso ao treino antes do seu término, afinal de contas, ninguém gostaria de ter o pequeno grupo de jornalistas que cobre o nosso Basquete, insatisfeitos antes mesmo do torneio começar.

A arena é muito bonita e de fácil acesso do hotel que estamos. Tem capacidade para 11.000 espectadores, porém acredito que boa parte dos lugares ficará desocupada, com exceção dos jogos dos EUA.

Enquanto a bola não sobe aproveitamos para conhecer um pouco mais da cidade. Depois dou mais detalhes e fotos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Em solo turco

Estamos em solo turco e as primeiras impressões foram muito boas.

Já no percurso do aeroporto para o hotel fica óbvia a grande mistura do moderno com o antigo. Da avenida que leva do aeroporto ao centro antigo, é possível ver os grandes e modernos prédios das redes hoteleiras internacionais, porém basta sair da avenida, para entrar em um labirinto de pequenas e estreitas ruas com arquitetura bem antiga, pequenos comércios, residências e uma porção de pequeninos e bem cuidados hotéis.

As pessoas com quem tivemos contato até agora foram muito solícitas e educadas. Passou a impressão de um povo conversador e alegre.

Ao sair para jantar, nos vem à cabeça o receio e a necessidade de saber se o lugar é seguro ou não para andar a pé.
É muito difícil obterr essa resposta, ainda mais para um turista. Mas algumas observações ajudam a construir a nossa percepção.
As 22h ainda tinha muita gente caminhando nas ruas, nas áreas de lazer as magens do Mar Marmara, nos bares e restaurantes. As pessoas comentaram que é tranquilo e seguro andar pela cidade. Em contrapartida, ao pedir informação em um posto policial, vimos os mesmos fortemente armados e ao olhar para os imóveis é fácil verificar as grades nas portas e janelas.

A temperatura as dez da noite era de 27 graus, o que nos leva a pensar a quanto está chegando durante o dia.

A esta altura do texto alguns de vocês já devem estar se perguntando: "mas com quem este cara está andando para escrever tudo na primeira pessoa do plura?" Estou com o grande amigo e professor Dante de Rose  ( http://vivaobasquetebol.wordpress.com/ ).

Basquetebol até agora, somente em nossas conversas e nos cartazes no aeroporto. Com os turcos só falamos de Galatasaray, Fernebahçe, Alex, Roberto Carlos... em outras palavras, futebol.

Amanhã o Brasil treina e o basquete volta ser nosso foco.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Histórico rescente

Imagino que algumas pessoas que entrarão aqui, não tem grande familiaridade com a atual situação do Basquete Brasileiro, portanto acho que cabe um breve relato do que estamos vivendo.
Como acompanharei o Mundial Masculino, deixarei as meninas de lado e vou falar somente dos rapazes.
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Muitos não sabem, mas o período das maiores glórias do basquete brasileiro não foi nas mãos de Oscar e Marcel (lembrando os mais distraídos que eles já são senhores de mais de 50 anos e não fazem mais parte do nosso selecionado).
Antes deles nós tivemos a geração de Wlamir, Amaury, Rosa Branca... que nos deram duas medalhas de ouro em mundias (1959 e 1963) e duas de bronze em jogos olímpcos (1960 e 1964).

Pois é... somos bi-campeões mundiais!
E ainda tivemos dois vice campeonatos, 1954 e 1970 e dois terceiros lugar 1967 e 1978, esse último já com a presença de Oscar e Marcel.

Em um retrospecto mais recente, a situação não é tão animadora. Estamos fora dos jogos olímpicos desde Atlanta-96, nos úlitmos três mundias conseguimos um décimo lugar em 1998, um oitavo em 2002 e um desastroso décimo sétimo lugar no último mundial em 2006 no Japão.

De lá pra cá, foram quatro anos de bastante turbulência. Tivemos a criação de três ligas nacionais (NLB, ACBB e LNB), título decido na justiça, jogadores não atendendo a convocações, jogador que atendeu a convocação se negando a entrar em quadra, críticas abertas à CBB (COnfederação Brasileira de Basketball), críticas ao antigo presidente, eleição, novo presidente após 12 anos, técnico estrangeiro dirigindo a seleção (primeiro o espanhol Moncho Monsalve e agora o argentino Ruben Magnano)....

No entanto, após as grandes tempestades sempre vem um período de calmaria. Aparentemente é o que estamos passando agora. A LNB, última liga nacional criada vem dando certo, conseguimos criar a Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol, conseguimos juntar nossos principais jogadores para esse mundial, mesmo desagradando alguns por ser estrageiro o técnico Ruben Magnano tem um currículo invejável com um vice campeonato mundial e um ouro olímpico (ambos com a seleção argentina), tivemos tanto tempo quanto as demais equipes para nos preparar, fizemos vários jogos amistosos.....

Agora é esperar pra ver.  Só nos resta torcer.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Bem Vindos!!!!!

Bem vindos!


Estamos a menos de 10 dias do início do Campeonato Mundial de Basquete Masculino na Turquia (http://www.fiba.com/).

A bola subirá para o Brasil dia 28/08 na cidade de Istambul e eu terei a honra, de mais uma vez, acompanhar de perto a trajetória brasileira em um mundial.

Espero conseguir compartilhar com vocês um pouco dessa experiência.

Aproveito para agradecer a ESPN-Brasil (http://www.espn.com.br/), que mais uma vez facilitou muito para que eu conseguisse acompanhar de pertinho o maior evento de Basquetebol do mundo.

Boa sorte à nossa seleção!