sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os "Sem Rua"



Essa noite fui trabalhar de bicicleta e durante todo o percurso fui pensando o quanto a bicicleta está à margem da sociedade.
Ela continua sendo vista apenas como um objeto de lazer e talvez como uma ferramenta para a prática de atividade física.
Em momento algum ela é vista como meio de transporte.
Se locomover por São Paulo de bicicleta é um teste de coragem, quiçá, de sanidade.
O trânsito é selvagem e a magrela não tem lugar.
Na rua os carros querem passar por cima, querem te tirar da frente de qualquer maneira. Na calçada os pedestres querem te jogar na rua.
Dessa forma, onde os ciclistas devem rodar?
Nas ciclovias? 
O  tamanho da malha de cicloviária de São Paulo é ridículo!
São apenas 50 km. Desses 50, 14 km são da "Ciclovia Rio Pinheiros"; uma ciclovia muito boa, mas com uma falha GIGANTE que atrapalha quem quer usá-la para lazer e a inutiliza para muitos que a utilizariam como parte do trajeto em algum deslocamento naquela região; ela só tem 3 acessos! Um na estação Cidade Jardim e os outros dois láááá na outra ponta, quase 14 quilômetros depois; um na estação Jurubatuba e o terceiro um pouquinho depois, no fim dela atrás do Autódromo de Interlagos.

Um breve comparativo:  Sorocaba não chega a 600 mil habitantes (IBGE 2010), São Paulo tem mais de 11 milhões (IBGE 2010), no entanto, enquanto a capital tem os 50 km mencionados, Sorocaba tem 60 km ciclovias.

Sem lugar apropriado para pedalar, nos resta lutar ombro  a ombro com os veículos motorizados e seus motoristas selvagens.
Mas engana-se quem acha que selvageria no trânsito é exclusividade nossa.
No início da noite de hoje (25/02/11) um motorista de Porto Alegre atropelou de forma consciente e proposital, 10 ciclistas que participavam de um passeio/manifesto que é realizado mensalmente na capital gaúcha e contava com a presença de mais de 100 ciclistas! (CONFIRA AQUI), (ASSISTA AQUI).

Espero que ele não saia impune dessa!

Que Deus nos proteja!!!

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