quarta-feira, 1 de junho de 2011

Algo está fora da ordem

Av. 23 de Maio - São Paulo
Quarenta e cinco minutos para percorrer o trajeto da Ponte Cidade Jardim até a Ponte Estaiada não pode ser considerado algo normal.
Respeito muito quem enfrenta tal trânsito todos os dias, mas se eu tivesse isso pela frente em minha rotina diária, já teria estourado meus miolos.

Todo mundo reclama do trânsito, todos sabem o sofrimento que é ficar parado em meio à um mar de carros, o prejuízo para a sociedade é incalculável e o que é feito para melhorar isso? Quase nada!

Marginal Pinheiros - São Paulo

O governo federal comemora mais um recorde de vendas de automóveis, são mais de 300.000 unidades só nesse mês. Um aumento de 27,4% se comparado ao mesmo mês do ano passado. Por onde transitarão tantos carros? Não cabe mais!

Com tal situação imagina-se que a prefeitura e/ou governo do estado estejam preocupados em motivar o uso do transporte público e a restrição do uso do carro de forma que a cidade tenha maior fluidez, certo? Errado!

A melhoria do transporte público segue a passos de tartaruga e a prefeitura tem exigido vagas de estacionamento para estabelecimentos comerciais, caso contrário estão sujeitos à multas, cassação da licença de funcionamento e até lacração.
Seria uma exigência razoável se fossem exigidas por exemplo vaga para deficientes e para carga e descarga. No entanto, podem exigir muito mais, veja dois exemplos:

ZONA ZM e ZMp
Vias coletoras

Comércio de alimentação ou associado à diversão maior que 100 m2
1 vaga a cada 4 m2 de área destinada aos consumidores

Serviços de Lazer, Cultura e Esportes
(nR1 ) 1 vaga a cada 50 m2 de área construída computável ou fração
(nR2) 1 vaga a cada 35 m2 de área construída computável ou fração

Ou seja, se você está localizado no referido zoneamento e tem um restaurante de 120m2, com um salão de 80 m2 para os clientes, você precisará de 20 vagas.
Se for uma academia com 700 m2, também serão necessárias as mesmas 20 vagas.

Se continuarmos assim, teremos que derrubar metade da cidade para fazer estacionamento para a outra metade.

Não seria mais interessante permitir a atividade mesmo sem tais vagas? As pessoas não buscariam alternativas ao carro para frequentar o lugar? Como táxi, ônibus, carona ou a famosa caminhada?
Quando vou ao centro da cidade, deixo o carro em casa, pois sei que lá é ruim para transitar e eestacionar. As pessoas não fariam o mesmo quando sentissem a difilculdade de estacionar?

Tenho a impressão que as ações de nossos governantes são baseadas no exemplo americano, onde a base de tudo é o carro, ou então e sua própria comodidade.

Los Angeles - É isso que queremos? Estamos quase lá!

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